Conheça o MBA da Stanford Graduate School of Business
Conheça o MBA da Stanford Graduate School of Business
Muitas oportunidades de aprendizado e um forte ecossistema empreendedor.
Situada na Califórnia, a Universidade de Stanford está sempre nos rankings das melhores do mundo. Principalmente para quem quer ter um contato próximo com o ambiente do empreendedorismo e das startups, ela é uma excelente opção.
Já estive por lá algumas vezes e pude ver que essa cultura é realmente forte. Com certeza, a localização ajuda muito. A universidade está no centro de Palo Alto, no centro do Vale do Silício.
Estar em meio a ruas movimentadas diminui o impacto do campus de Stanford ser mais fechado e bem delimitado, diferente do que acontece na NYU, e em Berkeley, por exemplo.
Quando você entra em Stanford, você sabe que entrou. O portão tem uma vista maravilhosa e os prédios são diferentes dos que encontramos no entorno do campus.
Ainda falando de arquitetura, um dos apelidos da Universidade de Stanford é “The Farm”, porque ela foi construída em uma enorme fazenda, em 1891.
Como você deve imaginar, o campus é super extenso e, internamente, existe um grande incentivo para que as pessoas se integrem ao ambiente, principalmente andando de bicicleta ou a pé – existem ciclovias e passeios que muitas vezes se integram com as árvores e a paisagem, fazendo com que as atividades fiquem mais agradáveis. Pra ajudar, encontrar estacionamento não é uma tarefa fácil.
Stanford e empreendedorismo
O Vale do Silício é o berço de grandes startups americanas, como a Apple, o Google e o Airbnb. Além disso, grandes nomes do venture capital estão sempre por perto.
Em Stanford, você vai encontrar um lugar que valoriza muito a tentativa e o erro. Fica muito claro que é preferível tentar e errar do que não tentar. Dizem que uma característica comum entre os que escolhem essa universidade é a FOMO – fear of missing out – uma preocupação de que outros possam estar tendo experiências gratificantes das quais você está ausente, ou seja, esses alunos querem experimentar e conhecer tudo, e mais experiências também aumentam o risco de erros.
Os alunos de MBA têm uma proximidade muito grande com founders e exposição a startups para fazer visitas ou estágios. Também estão sempre rodeados por empreendedores, com quem podem aprender na prática ou pedir mentorias.
Por isso, o perfil da turma é bem focado: grande parte dos alunos busca o caminho do empreendedorismo e querem se inserir em um ecossistema propício para iniciar novos negócios.
“Em Stanford, tive 2 anos muito desafiadores e cheios de aprendizados. Foi o melhor investimento que eu fiz em mim mesma. Aulas como a Startup Garage me fizeram tirar um produto do zero, vender e ser avaliada pelos VCs do vale. Mas a escola vai muito além da sala de aula. Conheci pessoas geniais, trouxe uma turma de estudantes para analisarem o crescimento econômico brasileiro na época, e fui para Índia estudar a migração rural. Mudei de carreira e levei amigos ao redor do mundo para o resto da vida. A GSB não muda a sua carreira, muda a sua vida.”, diz Helena Velloso, MBA turma 2015, que atualmente é head de produto da Nova Escola, uma startup da Fundação Lemann
O programa de MBA de Stanford
A missão da Stanford Graduate School of Business é fomentar ideias que aprimorem a nossa compreensão da administração, desenvolvendo líderes inovadores, com princípios, e que mudam o mundo.
O programa de MBA acontece durante um período de dois anos, em tempo integral. De acordo com o ranking divulgado pelo Financial Times, ele é o melhor MBA do mundo, pelo segundo ano consecutivo.
Os dados divulgados pela Stanford GSB sobre os formandos de 2019 ajudam a explicar a primeira colocação:
• 94% dos estudantes receberam ofertas de emprego até 3 meses depois de finalizarem o MBA;
• Entre os que decidiram empreender, 40% são mulheres;
• 18% escolheu uma posição de impacto social.
Perfil da turma de MBA
Tamanho: 419 alunos
Gênero: 41% são mulheres e 59% são homens.
Estudantes internacionais: 42%
Média salarial (depois de 3 meses): US$ 145,000.00 ano
Número de Alumni Stanford GSB: 30.746
Empresas notáveis fundadas pelos ex-alunos da Universidade de Stanford: HP, Google, Yahoo e Nike
Alumni mais famosos: Phil Knight, bilionário e fundador da Nike e Mary Barra, CEO da General Motors.
Touchy Feely: a aula imperdível
Entre todos os alunos do MBA de Stanford e outras pessoas com as quais conversei, todas foram unânimes em dizer que uma aula chamada de Touchy Feely é imperdível.
Me chama a atenção esse fato pois, em uma business school, com matérias em finanças, marketing, vendas, etc, todas com excelentes professores, essa que não é de uma área específica parece fazer sucesso. Seu objetivo é ajudar na comunicação e na empatia entre as pessoas e as aulas são bastante participativas.
Isso porque acredita-se que a capacidade de estabelecer relacionamentos fortes é crucial para se tornar um líder mais eficaz nas organizações complexas, globais e altamente interdependentes que temos hoje. A aula é tão famosa que foi eleita a eletiva mais popular por 45 anos consecutivos na Stanford GSB.
A maior parte do aprendizado acontece em times pequenos e íntimos de 12 alunos, que aprendem sobre si mesmos, auxiliados por facilitadores treinados por Stanford.
Os alunos observam como o comportamento individual afeta os outros em tempo real, praticam as principais habilidades de liderança com feedback dos colegas e aprendem a se conectar através das diferenças.
“Algumas aulas são as queridinhas da maioria dos alunos. Interpersonnal Dynamics, conhecida também como ‘Touchy feely’, ensina como se relacionar com o outro. Tem um conceito de ‘rede de tênis’ que foi transformador para mim. Funciona assim: do meu lado da rede estão os meus sentimentos e pensamentos, coisas que eu sei. Do outro lado da rede estão os sentimentos e pensamentos da pessoa com quem estou falando. Eu posso tentar adivinhar, mas estas são coisas que eu não sei. Quantos desentendimentos acontecem pois uma pessoa tenta adivinhar algo que a outra está sentindo? Essa situação não está ancorada em fatos, mas sim em hipóteses sobre algo subjetivo. Na ‘Touchy feely’ você aprende e se expressar pelos seus sentimentos. Se você parte dos seus sentimentos, e não do que acha que a outra pessoa esta sentindo, a força da sua posição é muito maior e genuína.”, diz Eduardo Vasconcellos, da turma de 2016, e que é hoje Diretor de Investimentos na Capricorn Investment Group.
Ambiente de reciprocidade
Em Stanford, vi que o foco no desenvolvimento de relacionamentos interpessoais vai além das aulas. Oficialmente, eu nunca fiz nenhum curso por lá, mas em todas as vezes que visitei a universidade consegui conversar com alguém. Já falei com várias pessoas de admissions, professores, com muitos alunos e ex-alunos.
Em algumas ocasiões, marquei encontros formais, mas em outras, simplesmente me sentava no restaurante, que fica bem no centro da estrutura da escola, e ficava lendo um livro, por exemplo.
Acabava sentando ao lado de alguém e puxava algum assunto. As pessoas são muito acessíveis.
Eu sabia que alguns professores, com quem eu nunca fiz aula mas admiro muito, lecionavam em Stanford.
Um deles é o Baba Shiv, um professor de marketing que fala também sobre tomada de decisões. Um dia, estava sentada na cafeteria e o vi passando. Ele é reconhecido internacionalmente.
Eu fui, me apresentei, falei que não era aluna mas que gostava muito do ambiente da escola, que já tinha visto muitos vídeos seus e puxei assunto… Ele foi muito solícito, perguntou do Brasil e até sabia falar um pouco daqui. Desde então, mantenho contato com ele no LinkedIn. Eu nunca tinha feito sua aula, mas demonstrei interesse.
Acho que esse é um pouco do jeito das pessoas de lá, elas são abertas e gostam de conhecer coisas e pessoas novas.
Outra oportunidade que tive em Stanford foi participar como ouvinte de uma aula do professor Roderick Kramer. No MBA, a sua aula é sobre liderança, mas a que vi foi sobre “Como ter uma vida mais feliz e com propósito?”.
Essa aula fazia parte de um programa chamado SEP (falarei dele e do MSx em outro texto) com foco em altos executivos. Grande parte da turma tinha mais de 50 anos.
Baseando-se em pesquisas do mundo inteiro, ele mostra duas características que tornam as pessoas mais felizes: a gratidão e o altruísmo.
Exemplos como o de Bill Gates, que é um dos homens mais ricos do mundo e apoia várias causas sociais importantes e da Oprah Winfrey, uma das celebridades mais bem sucedidas em ter dinheiro e ser feliz, exemplificam a discussão.
O que ele mostra na aula é que existe uma curva de felicidade x dinheiro. Até um certo nível, o dinheiro proporciona sim felicidade — este é o patamar em que o dinheiro supre as suas necessidades básicas e médias, como a poder viajar ou ir a um restaurante com a família. Mas depois de acumular certo nível de riqueza, o dinheiro não importa mais tanto. Afinal, financeiramente, você pode fazer o que quiser.
Durante a aula, ele até disse que a sua classe sobre liderança no MBA era totalmente diferente:
“É engraçado, porque quando estou falando de liderança para a turma do MBA, de 20 e poucos anos, eles não querem nem saber de felicidade… Eles querem saber de fazer acontecer, do sucesso financeiro. Mas o contrário também é verdadeiro: quando estou aqui, falando para uma turma de 40+, vocês já passaram por essa fase e estão muito mais preocupados com o olhar para dentro e de como podem contribuir para o mundo”, explicou.
Isso me levou a conclusão de que, independentemente da sua idade, Stanford é sempre um lugar de muito aprendizado e novos insights.
Outros depoimentos:
“Em Stanford aprendi a pensar de forma diferente e voltei uma pessoa melhor! As trilhas de liderança, como o programa de fellows e as aulas da “Touchy Feely, me deram auto conhecimento e me ajudaram a ser uma líder melhor. Com as aulas de design e empreendedorismo, aplicados a diferentes contextos, aprendi a trazer empatia e estruturar meus problemas de uma forma diferente. Conheci pessoas incríveis e de backgrounds e culturas extremamente diversos, com quem aprendi muito durante os dois anos (professores, palestrantes e amigos). E ganhei uma rede de pessoas excepcionais que me apoiam em diversos desafios até hoje. De quebra, ainda conheci meu marido!”
Érica Jannini Macedo, MBA turma 2014. Atualmente Diretora de People no QuintoAndar.
“Stanford contribuiu para me transformar como pessoa e consequentemente influenciar a forma como eu penso em negócios. Quando fui estudar, acreditava que as maiores lições que eu teria seriam sobre estratégia, finanças, cultura de inovação do Vale do Silício… Aprendi muito sobre tudo isso, mas o maior impacto que Stanford teve em mim foi no meu desenvolvimento como ser humano e como líder. A cultura da escola, o engajamento dos alunos, e as aulas oferecidas foram fundamentais para este desenvolvimento.”
André Macedo, MBA turma 2014. Atualmente trabalha com Desenvolvimento Energético na Votorantim Cimentos.
“Stanford sempre foi a minha primeira escolha. Mais do que pelo MBA, a Universidade em si representa algo a mais pra mim. A busca pelo novo, excelência e conhecimento, se traduzindo em impacto positivo para a sociedade. O lema da Business School resume bem isso: “Change Lives, Change Organizations, Change the World”. – como nao se inspirar?
Se valeu a pena? Muito. Conheci alguns dos meus melhores amigos, morei na California por dois anos, visitei uns 10 paises, consegui um emprego em NY atraves do MBA. O melhor no entanto, foi ter conhecido uma pessoa durante dois anos, ter virado seu amigo e no final do curso a amizade virou namoro e hoje estamos casados.”
Eduardo Vasconcellos, MBA turma 2016. Atualmente Diretor de Investimentos na Capricorn Investment Group.
Que tal aprender por lá também?
*Fernanda Lopes de Macedo Thees fundou a Loite em 2007, onde trabalha com desenvolvimento de profissionais principalmente através do Coaching e MBA Prep. Mora em São Paulo, mas adora viajar, seja para Juiz de Fora para ver a família e amigos, ou pelo mundo