Escolas de negócios pelo mundo: como escolher a melhor para você?
Escolas de negócios pelo mundo: como escolher a melhor para você?
A experiência de morar fora, desenvolver outro idioma, aprender outra cultura e conhecer outras pessoas é tão importante quanto o fator acadêmico em si
Sou de Juiz de Fora (MG) e fiz Administração de Empresas na UFJF, mas foi em 1998 que as faculdades internacionais surgiram na minha vida pela primeira vez, quando morei na Suíça, e ia com frequência para a biblioteca da ETH, melhor universidade de lá. Depois comecei a trabalhar e, pelo UBS, fiz alguns cursos sobre diversidade e culturas de países na Universidade de St.Gallen.
Em seguida me mudei para os Estados Unidos e morei em New Haven (Connecticut), onde continuei trabalhando no UBS e ganhei deles uma bolsa para fazer um mestrado, desde que eu pudesse conciliar com o trabalho. Lá tive um contato muito próximo com Yale e University of New Haven (UNH). A primeira através do MBA que meu marido fazia, e onde também fiz alguns cursos, e a UNH, onde fiz meu mestrado em Psicologia Organizacional. Essas experiências abriram as portas para um novo mundo. Naquela época, não tinha ainda ideia de que um dia as escolas seriam tão presentes na minha vida.
Voltei para o Brasil em 2003, fiz um curso rápido na USP, e fui trabalhar na McKinsey&Company, onde minha principal responsabilidade era o recrutamento e seleção de MBAs recém formados nas principais escolas do mundo. E mais uma vez, me aproximava delas.
Em 2007 fundei a Loite, me aproximei de mais escolas brasileiras e, em 2009, por indicação de uma grande amiga, comecei a apoiar candidatos a MBAs de escolas estrangeiras na preparação para as entrevistas. Este trabalho foi “amor à primeira vista”, pois reuniu duas coisas que gosto muito de fazer: entrevistar, e ao mesmo tempo ajudar as pessoas em seu desenvolvimento. Como disse Steve Jobs no famoso discurso em Stanford, “você não consegue conectar os pontos olhando adiante, você só consegue conectá-los olhando para trás”. Com esse trabalho, tenho a oportunidade de ver como uma boa preparação pode fazer diferença nos resultados de uma entrevista. Acredito que as pessoas que se preparam melhor passam em mais escolas e têm mais opções de escolha no final do processo.
Embora existam muitas escolas excelentes, alguns pontos de atenção na escolha de seu curso (seja ele o MBA, um mestrado, doutorado, educação executiva) deveriam ser:
a) Alinhamento entre o que a escola oferece e o que você busca: cada universidade tem seu ponto forte, uma área de maior destaque, está localizada em uma região que favorece uma indústria ou outra (por exemplo, ir para a Califórnia para quem tem interesse em tech, ou ir para Nova York para quem tem mais interesse em finanças), e isso deve ter um peso na sua decisão;
b) Cultura: Pode parecer bobagem, mas as escolas têm sim “jeitos” bem diferentes e, claramente, algumas pessoas se identificam mais com umas do que com outras. Tenho notado isso muito nas visitas que faço, e uma forma bem óbvia de perceber, além de conversar com as pessoas, é observar as paredes dos corredores, as frases espalhadas por lugares diferentes. É surpreendente! Vamos falar mais sobre isso…
c) Posição da escola em rankings: Embora não ache esse o principal fator, acho que ele deve ser levado em consideração, já que você irá fazer um grande investimento se for fazer, por exemplo, um MBA (em torno de 100.000 dólares por ano, incluindo tuition e custos com moradia, alimentação, etc).
É com o propósito de ajudar meus clientes e também de me manter atualizada em relação às escolas e processos seletivos que passei a visitar escolas pelo mundo e, com isso, já visitei muitas universidades principalmente nos EUA, mas também na Europa, África e Ásia. Isso me proporcionou uma visão muito interessante sobre as diferentes universidades, sua cultura, tipo de estrutura, oportunidades em lugares muitas vezes interessantíssimos e não tão conhecidos, e é isso que pretendo dividir através desta coluna. Se você pensa em fazer algum curso relacionado a negócios no exterior, principalmente um MBA, essas impressões das minhas visitas e conversas com muitas pessoas podem ser úteis.
Não é minha pretensão conseguir visitar todas as universidades, mas dividir minhas impressões sobre aquelas que eu puder conhecer, e incentivar as pessoas que vão investir tempo e dinheiro em algum curso a conhecer minimamente suas opções, através de informações que encontrarem ou, se possível, com sua própria visita.
O que posso dizer com segurança é que sempre que converso com as pessoas que fizeram algum curso fora do Brasil, a experiência pessoal de morar fora, desenvolver outro idioma, aprender outra cultura e conhecer outras pessoas é tão importante quando o fator acadêmico em si, então, lembre-se de levar isso também em consideração!
“Geralmente não temos consciência de nossa cultura quando estamos imersos nela. Somente através do contato com pessoas de outro background cultural, tomamos consciência da nossa própria”, dizem Fons Trompenaars e Geert Hofstede.
*Fernanda Lopes de Macedo Thees fundou a Loite em 2007, onde trabalha com desenvolvimento de profissionais principalmente através do Coaching e MBA Prep. Mora em São Paulo, mas adora viajar, seja para Juiz de Fora para ver a família e amigos, ou pelo mundo