Singularity: formando líderes para resolver os grandes problemas do mundo

Singularity: formando líderes para resolver os grandes problemas do mundo

Fernanda Lopes de Macedo Thees na Singularity University (Foto: Fernanda Lopes de Macedo Thees)
Fernanda Lopes de Macedo Thees na Singularity University (Foto: Fernanda Lopes de Macedo Thees)

“O futuro da liderança não é só sobre disrupção, mas sobre ter a consciência de que há problemas maiores a serem resolvidos por grandes líderes.”

A frase de David Roberts, membro do corpo docente da Singularity e um dos maiores especialistas do mundo em tecnologia e inovação, resume bem o propósito desta “universidade”, que apesar de se denominar assim, nem de perto segue os padrões tradicionais.

Quando as pessoas me procuram para saber sobre educação continuada, converso muito sobre os objetivos da pessoa na carreira, o momento pessoal, o motivo do interesse em estudar mais, situação financeira, quanto tempo tem disponível para este curso, e tudo isso faz muita diferença na hora de decidir o que fazer. Dois “modelos”, falando aqui de forma bem geral, que considero interessantes são:

1- Escolher um curso de longa duração, que provavelmente trará conhecimentos mais profundos, e maiores oportunidades de conhecer mais a fundo os participantes. Aqui penso em um MBA em tempo integral (de 1 a 2 anos), programas executivos de 6 meses a 1 ano, para os mais acadêmicos, mestrados e doutorados.

2- Escolher vários cursos muito interessantes, mas de pequena duração, e montar seu próprio programa. Aqui você pode decidir que fará de 1 a 3 cursos de aproximadamente uma semana por ano, em diferentes instituições, e olhando para o assunto que mais te interessar no momento, e acredito que aqui entram os cursos da Singularity.

Fundada em 2008, essa comunidade global de aprendizado e inovação tem como objetivo utilizar novas tecnologias para enfrentar os maiores desafios do mundo, como a fome, a educação e o clima, construindo um futuro melhor para todos.

Eu já visitei a Singularity na Califórnia em três oportunidades diferentes. Em todas, o campus ainda ficava dentro das instalações da Nasa. Apesar da localização incomum, o prédio era uma construção simples e mais antiga. Por isso, o que mais chamava a atenção não tinha tanto a ver com a estrutura física mas sim com o conteúdo do programa e a sua proposta. Quem me recebeu nessas visitas foi o Kip Stringfellow, que é Diretor de Relacionamento com Parceiros Estratégicos. Em uma delas passei o dia como ouvinte em um programa e pude ver como o modelo de aprendizado é diferente (usei de propósito o termo aprendizado, que coloca o aluno como mais ativo, comparado a método de ensino).

Kip Stringfellow e Fernanda Thees, ainda no campus antigo da SU na Califórnia (Foto: Fernanda Thees)
Kip Stringfellow e Fernanda Thees, ainda no campus antigo da SU na Califórnia (Foto: Fernanda Thees)

Recentemente, o campus da Singularity mudou para um prédio mais novo, que tem um espaço físico mais condizente com a proposta do programa. Ele fica bem perto do campus novo da Apple e isso significa que, fisicamente, os alunos estão em um lugar muito privilegiado, tanto pelo entorno e quanto pela estrutura.

Além do Vale do Silício, atualmente, a Singularity está espalhada por vários países, com parceiros na Austrália, Portugal, Canadá, Itália, África do Sul e desde o final de 2019, o Brasil.

Para o CEO da HSM e co-CEO da Singularity, Reynaldo Gama, o foco é transformar pessoas e organizações, através de habilidades e conhecimentos necessários, para que elas consigam enfrentar os grandes desafios atuais. “Trouxemos o que há de melhor no Vale do Silício para o Brasil, sendo o primeiro parceiro oficial da América Latina”, explica.

A primeira turma de executivos por aqui aconteceu em janeiro de 2020 e o co-CEO da SingularityU Brasil e VP da Ânima Educação, Guilherme Soarez, vê a chegada da iniciativa como uma grande oportunidade. “A quantidade de pessoas que decide deixar o Brasil não para de crescer. São quase 30 mil brasileiros que buscam outro país para viver e empreender todos os anos. Fizemos a parceria com a Singularity para trazer uma nova esperança para os jovens empreendedores. Queremos que nossos talentos fiquem aqui, criem aqui e montem suas start-ups aqui”, comenta.

1ª turma de executivos na SU Brasil, em 2020 (Foto: Fernanda Lopes de Macedo Thees)
1ª turma de executivos na SU Brasil, em 2020 (Foto: Fernanda Lopes de Macedo Thees)

Impactar positivamente um bilhão de pessoas

A missão de impactar positivamente um bilhão de pessoas é muito presente na SU. Por isso, sua cultura é muito sonhadora: o grande objetivo é fazer com que todos percebam que o maior limite está dentro das nossas próprias cabeças.

Ao contrário de alguns programas que tem um teor “mais competitivo”, o ambiente da SU é muito colaborativo. O clima é descontraído e o incentivo para sair da zona de conforto e abrir os olhos para o novo está sempre presente.

Apesar de também abordar temas mais comuns em outros programas, como marketing e gestão, os debates sobre robótica, biotecnologia, nanotecnologia, inteligência artificial e robótica estão sempre presentes.

As aulas e projetos são muito provocativos, com foco no impacto positivo que pode ser gerado a partir de cada um deles.

As vantagens de fazer o programa da Singularity

Um dos programas da SU, o Programa Executivo, é um curso imersivo de cinco dias, o que já é um grande diferencial para quem procura cursos de curta duração.

Como consequência, a intensidade é uma marca registrada: o programa começa logo cedo, às 7h, com sessões de yoga e mindfulness. E em todos os dias existem atividades extras depois das aulas para promover a socialização da turma.

Além disso, os profissionais que passaram por essa experiência, apontaram outros benefícios:

1. Diversidade da turma: o contato com executivos de outras nacionalidades, culturas e indústrias permite uma troca muito rica. A rede de alumni também é próxima: jantares e um grupo no WhatsApp costumam manter o networking forte.

2. Ter aula com os “autores dos livros”: boa parte dos professores da Singularity são referências em suas áreas de atuação. Então, durante o curso, é possível, literalmente conversar ao vivo com as pessoas que escreveram os livros que você já leu. Alguns autores e professores são Peter Diamandis, Ray Kurzweil, John Hagel e Guy Kawasaki. Em uma das minhas visitas, inclusive, consegui assistir a uma aula do Guy, que é especialista em marketing e venture capitalista no Vale do Silício, além de ter sido um dos funcionários da Apple responsáveis pelo marketing do Macintosh.

Guy Kawasaki e Fernanda Thees, no campus da SU, ainda na Nasa, na Califórnia (Foto: Fernanda Lopes de Macedo Thees)
Guy Kawasaki e Fernanda Thees, no campus da SU, ainda na Nasa, na Califórnia (Foto: Fernanda Lopes de Macedo Thees)

3. Conseguir “parar” para o olhar o futuro: sair do dia a dia do trabalho, estar em outro país e com uma nova rotina cria uma pausa mental mais fértil para absorver as informações e as mensagens. O conteúdo também permite o entendimento do quão poderosa são as “tech companies”, permitindo que novos horizontes se abram para direcionar a carreira 100% para isso.

A experiência de quem já fez o programa da Singularity

“Fiz o Executive Program da Singularity University no Vale do Silício em dezembro de 2014, quando a SU ainda era pouco conhecida no Brasil. O propósito de criar soluções para os principais problemas mundiais e o curso intensivo provocam uma movimentação em todos os alunos.

Voltei da Califórnia com uma maior compreensão sobre as mudanças tecnológicas que afetam nossas vidas e nossos negócios. Na minha atuação como conselheiro de empresas, tenho utilizado o aprendizado para provocar reflexões e revisões de modelos de negócios.

A atualização do conteúdo, a diversidade da turma e a mescla entre palestras e visitas a empresas de vanguarda, são pontos muito atrativos do curso.”
Paulo Vasconcellos – Conselheiro de Administração e Professor do IBGC

“Poder ter feito parte da 1ª turma do Programa Executivo da Singularity no Brasil foi um privilégio enorme na minha vida pessoal e profissional. Eu já tinha participado de outros programas executivos, mas nesse caso a gente pôde entender, aprender, vivenciar abordagens sob uma ótica diferente, não óbvia sobre os temas.

Além disso, poder estar em contato com outras indústrias do mercado financeiro se mostrou mais rico do que eu poderia imaginar. No final das contas, às vezes os problemas têm a mesma natureza e a troca com as todas as pessoas te dá novos insights.”
Lina Yajima – Head de Tecnologia na ANBIMA

Lina Yajima – participante do 1º programa da SU Brasil (Foto: Fernanda Lopes de Macedo Thees)
Lina Yajima – participante do 1º programa da SU Brasil (Foto: Fernanda Lopes de Macedo Thees)

“Participar do programa executivo da Singularity foi uma experiência transformadora. Foi como se tivesse feito o download de uma nova versão para o meu cérebro. Isso influenciou profundamente a minha decisão de fazer a transição de uma carreira de 18 anos em uma grande instituição financeira para liderar a Noknox, uma startup fundada com o propósito de transformar lares e locais de trabalho em espaços que as pessoas amem viver.”
Joaquim Venâncio – Fundador e CEO da Noknox

Joaquim Venâncio – participante do programa executivo no Vale do Silício (Foto: Fernanda Lopes de Macedo Thees)
Joaquim Venâncio – participante do programa executivo no Vale do Silício (Foto: Fernanda Lopes de Macedo Thees)

“Fiz o programa executivo de uma semana em San José, na California, em maio de 2016. Me senti provocado com a visão de impactar positivamente um bilhão de pessoas, um mantra da Singularity, e acabei indo parar lá. Apesar do conteúdo ser interessante, o grande valor está nas pessoas que você conhece.

Na minha turma, eram 100 alunos de mais de 30 países, sendo a maioria fundadores e presidentes de empresas importantes. Por exemplo, demos a sorte de um dos nossos colegas de curso ser o Jorge Paulo Lemann. No intervalo das aulas nos reuníamos ao redor dele para ouvir as suas histórias.

Ter feito o programa me ajudou a tomar algumas decisões importantes na carreira, por exemplo, sair da Endeavor, um lugar que adorava, para me arriscar e montar meu próprio fundo de venture capital focado em tecnologia, o BIG BETS.”
Luiz Guilherme Manzano – Sócio-fundador do BIG BETS

Luiz Manzano e Jorge Paulo Lemann – participantes em programa na Califórnia (Foto: Fernanda Lopes de Macedo Thees)
Luiz Manzano e Jorge Paulo Lemann – participantes em programa na Califórnia (Foto: Fernanda Lopes de Macedo Thees)

“Foi uma honra participar do Executive Program da Singularity University Brazil, a primeira edição na América Latina. Uma super organização, um conteúdo muito rico, uns palestrantes excepcionais, muitas provocações e vários insights para pensar e agir de maneira Exponencial!!! O modelo exponencial prevê o futuro olhando o futuro, e não olhando o passado. Realmente um curso transformador e uma aprendizagem da disrupção, bem diferente da Inovação.”
Thomas Gautier, CEO Road Market at Edenred Brazil

 

*Fernanda Lopes de Macedo Thees fundou a Loite em 2007, onde trabalha com desenvolvimento de profissionais principalmente através do Coaching e MBA Prep. Mora em São Paulo, mas adora viajar, seja para Juiz de Fora para ver a família e amigos, ou pelo mundo